Acabou o fôlego?
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| Gerd Altmann - Pixabay |
Eventos
Os eventos de dois mil e vinte, desorganizaram a economia
global. O que se viu de lá para cá, foi uma série de erros cometidos pelas
autoridades políticas e econômicas. A exagerada emissão de moeda e a
consequente inundação das economias por liquidez, desorganizou o ritmo de
consumo das famílias.
A desorganização informativa e até certo ponto, má fé de
autoridades ligadas as áreas de saúde, precipitaram na sociedade um temor de
fim de mundo.
Este estado de ânimo levou grande parte da população ao desequilíbrio
e em alguns casos a histeria coletiva. Todos estes eventos mudaram a lógica social. A reorganização da sociedade e das cadeias produtivas não acontecerá
sem que as sequelas deste trauma vivido, sejam identificadas e devidamente
catalogadas no pacto social resultante.
De todas as mazelas resultantes do “apocalipse sanitário” O “policiamento”
social e ideológico é o mais nefasto dos sintomas. As divergências políticas
foram incrustradas na raiz do convívio social. A intolerância e a arrogância
reinam absurdamente nos canais de comunicação da sociedade.
Recomposição
Como resultante deste “afastamento” a reorganização econômica
deverá acontecer em ritmo acelerado nas próximas décadas. A insanidade ocorrida
entre os anos 1980 e 2020 de concentrar toda a produção mundial em uma região
ou país apenas, exigiu um alto preço para todo o globo. O impedimento da circulação
de mercadorias entre as nações gerou um trauma social que levará anos para ser
sanado. O cidadão viveu o temor da escassez na sua pior condição, a de ter os
recursos e não poder usufruir impedido pelo medo de pôr em risco a própria
vida.
Este “desastre” na condução da crise produziu custos que
serão caros a sociedade.
Reorganizar o modelo econômico onde os participantes se veem
como oponentes, demanda muita habilidade na arte da negociação.
O que ocorre hoje no conflito da Ucrânia é muito mais profundo do que uma simples disputa por território. Ali está sendo travada uma batalha pelo domínio de recursos e de meios de escoamento produtivos de novas fronteiras econômicas.
Domínio
O desenvolvimento da região compreendida pelo oriente médio
e o extremo oriente é o objetivo futuro das forças que se digladiam no campo de
batalha.
A retomada econômica passa pelo controle dos territórios
citados e dos meios de produção envolvidos nesta contenda.
A tão esperada recuperação chinesa pós restrições sanitárias
não ocorrerá, não por incompetência administrativa. O que ocorre por lá e que o
fôlego que impulsionou o desenvolvimento fantástico ocorrido desde a década de
1970 perdeu seu ritmo e não terá forças para continuar na mesma velocidade. O
potencial de crescimento visto no período passado atingiu seu ápice. Doravante, o consumidor mediano tende a buscar novos interesses que não impactarão
fortemente o desenvolvimento do país, a curva de crescimento tende a afrouxar sua
intensidade.
Somada a esta perspectiva, o velho continente europeu também
atingiu seu limite de crescimento constante. O cidadão da região já não busca condições
que causem impacto crescente na economia.
Já no American Dream, a realidade também abate sobre o ritmo
de consumo do cidadão comum. A leva de imigrantes que seguem para lá com o
objetivo de viver seu sonho dourado já não encontra condições de realizar a
fama e a fortuna, no máximo, atinge a condição de consumir e viver de maneira
mediana, se voltando para o usufruto de seu esforço no trabalho, não impulsionando
a ampliação de grandes obras de infraestrutura, pelo contrário, ele passa a
disputar arduamente o que já está estabelecido.
Choque
Esta realidade, choca com a verdade. O desenvolvimento
experimentado nas últimas décadas foi decorrente de uma política economia irresponsável
que premiou o consumo e levou a exaustão dos recursos disponíveis.
A guinada em direção ao desenvolvimento sustentado não foi à
raiz da questão.
A poluição é decorrente do excessivo consumo e da obsolescência
programada, estas duas condutas tem o objetivo de produzir ganhos infindáveis
as empresas e conglomerados econômicos. O uso e descarte tornou-se obrigatório
a quase todo produto vendido. Este comportamento causou um dano ambiental sem
precedentes da história humana, hoje vivemos sobre montanhas de lixo espalhado
por todos os cantos.
O fim da necessidade de reparo e conservação de equipamentos
e objetos, empurrou uma grande quantidade de trabalhadores para os novos
setores, agora com a entrada de máquina que pensa por si, essa camada da
população ficara a deriva no mar social.
Com todo o avanço tecnológico que temos, a cada dia que
passa, encontramos legiões de “semi-humanos” vagando entre latas de lixo em
busca de algo que os possa resgatar a dignidade.
Mudança
A mudança da matriz energética ao ritmo proposto, foi outra
grande tolice imposta a sociedade. A situação vivida após o início do conflito
na Ucrânia deixou claro que o mundo ainda não tinha condições de abandonar a
matriz vigente. Os combustíveis fósseis foram e são a base da economia em
grande parte do planeta. Sem a presença desta fonte de energia, não se produz
alimentos e o risco de morte por congelamento é real.
Encontrar uma saída para este beco que vivemos no momento, será
fundamental para a continuidade da espécie humana. A concentração de riqueza
foi brutal durante o período mais crítico que vivemos desde dois mil e vinte. O
que fica claro, é que não faltam recursos, o que está acontecendo é que alguns
poucos querem para si, todos os recursos disponíveis, em uma atitude egocêntrica e
tola, pois se, não houver quem lave o vaso sanitário, não haverá como usá-lo.
Simples assim.




