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quarta-feira, 14 de junho de 2023

A cronologia dos Tempos Modernos.


O começo

Peter H - Pixabay


Triade


Três foram os homens que moldaram parte da sociedade atual. Frederick Taylor, idealizador do modelo produtivo conhecido como Taylorismo, Henry Ford, que usando de conceitos estabelecidos por Taylor, desenvolveu a ideia de linha de produção e Eiji Toyoda, que junto com os engenheiros Taiichi Ohno, Shingeo Shingo, desenvolveram e implementaram na indústria japonesa o Toyotismo.

Estes três métodos de condução da produção industrial, transformaram a vida cotidiana, permitindo que a produção de bens fosse maximizada, provocando a redução dos preços dos bens e levando ao cidadão comum o acesso ao conforto e as novidades crescentes em todo o século passado.
 

Taylor


Taylor focou seus estudos nos métodos do trabalhador realizar suas tarefas, buscando otimizar seu desempenho, elevando a qualidade do trabalho e minimizando o esforço na realização das tarefas, gerando um maior conforto ao trabalhador e permitindo que a energia desprendida no desgaste fosse canalizada para a produtividade.

Suas teorias permitiram que fosse estabelecido o regime de descanso semanal e elevaram a qualidade dos produtos.

No entanto o trabalhador passou a ser visto como uma parte da engrenagem produtiva, uma vez que ele passaria a desempenhar apenas a tarefa que ele demonstrou melhor aptidão para realizar, mantendo-o eternamente na função a qual foi designado. Quanto mais tempo exercendo a mesma tarefa mais eficiente seria sua habilidade. Um exemplo de seus estudos foi a identificação de que bastava aumentar o tamanho da pá para que o trabalhador das minas de carvão realiza-se de forma mais rápida o enchimento do vagão de cargas.
 

Ford


Em 1914, Henry Ford, implantou em sua fábrica o princípio da linha de produção, que acrescentava a ideia de super especialização do trabalhador de Taylor, o sistema de produção continuada, onde o objeto em montagem mudava de estação de trabalho para a nova etapa.

A inserção da esteira transportadora, permitiu que o movimento de partes, peças e trabalhadores fosse reduzindo, elevando assim a velocidade em que um automóvel fosse produzido e consequentemente permitindo uma melhora na relação preço de venda/custos de produção.

Esta nova etapa da industrialização popularizou o acesso aos bens por parte de uma maior parcela da população.

Esta metodologia foi implementada em todos os setores da indústria. A compartimentação de tarefas e operações elevou ainda mais a produtividade buscada por Taylor.

Com o Fordismo, o mundo teve acesso a grande expansão da riqueza vivida nas décadas do meio do século passado.
 

Just in time


O final da segunda guerra, trouxe a derrota as ideias imperialistas do Japão. A reconstrução do país arrasado reformulou o modelo industrial ainda arcaico na época.

A carência de recursos, o custo elevado das matérias primas e o exíguo espaço para a montagem de grandes estruturas produtivas, levaram a maximização do aproveitamento dos materiais e a minimização do tempo entre a produção de componentes e sua montagem final.

Taiichi Ohno, diante desta realidade, percebeu que seria mais interessante ter a encomenda do produto antes da realização da fabricação e entrega do pedido. Com isso os gastos para produzir um veículo só se realizariam mediante a certeza da venda do mesmo. Novamente reduzindo as despesas e maximizando os lucros.

Também conhecido como “Just in time”, este conceito consagrou a Toyota como a maior montadora de automóveis nas décadas finais do século vinte e permitiu que ela continuasse como líder no início deste século. A ideia de ter disponível o componente a ser usado no mínimo tempo entre a encomenda e sua aplicação fez mais uma vez com que o desperdício de matéria prima, o custo de estocagem e os gastos com transporte fosse minimizado, ampliando ainda mais as margens, melhorando a qualidade e reduzindo o preço final de um bem.
 

Evolução


Esta cronologia de ideias e conceitos elaboraram a evolução vista na sociedade nos últimos cento e cinquenta anos, aproximadamente.

Chegamos a nova revolução industrial, onde a inteligência artificial toma corpo em nossa sociedade como membro ativo no dia a dia.

A robotização de maquinas é originária dos anos 1970/1980. Ali o trabalhador já começou a ter como “companheiro de trabalho” maquinas que exerciam suas tarefas de modo autônomo e independente de uma ação externa. A programação de linhas de códigos e linguagem de máquina dava seus primeiros passos.

Nos dias atuais estamos vivendo esta realidade em nossa vida cotidiana. Eu estou diante de uma tela de led, digitando em um teclado alfanumérico, inserindo comandos que se transformam em inputs, que orientam os transistores a desenharem na tela símbolos gráficos que fazem parte de nossa escrita histórica. Traduzo meus pensamentos em material que será alocado em uma página que estará publica em um ambiente de nuvem para que outros tenha acesso a estes pensamentos.
 

Transformação


Olhando por este prisma, vejo que vivemos uma transformação brutal em toda nossa sociedade. Desde Taylor, passando por Ford e Toyoda, estes conceitos foram disseminados em todos os cantos de nossa vida.

Na medicina vimos a super especialização, onde ramos da ciência foram fundo no estudo de partes de nosso corpo. Cardiologistas ultra especializados em ponte de safena. Neurologistas capazes de operar apenas o nervo óptico de um enfermo.

O mundo da informação passa por esta compartimentação das capacidades, hoje temos youtuber, influencer que exploram nichos mínimos de informação. Vemos pessoas que vivem de apenas postar belas pernas para a apreciação dos seus seguidores, algo que chega as margens do ridículo, mas, são uma dentre as muitas consequências deste super desenvolvimento, ao qual fomos expostos durante todo esse tempo. Tornamo-nos ultra capacitados em pregar pregos.
 

O que virá


A área mais gritante deste efeito colateral do atual estágio é a de prestação de serviços, onde um gerente de banco tem acesso apenas a algumas possibilidades de serviços, que o perfil dos clientes que atende tem disponibilidade. Tornamo-nos robôs inteligentes de construção biológica. Os atendentes iniciais da boa parte das empresas já são mecanismos de respostas automatizada.

A qualidade e diversidade de aprendizado humano está relegado ao segundo plano. O ser humano atrapalha o desenvolvimento da “humanidade”.

Cegamos ao fim do “desenvolvimento humano”?

Seremos substituídos por pensadores algorítmicos?

Esta é a questão que surge depois desse apanhado de nossa história.

Estamos vivendo uma nova era de transformação, um novo tempo no desenvolvimento humano, assim como estes homens do passado, estamos transformando nossa maneira de viver e determinando como viverão as novas gerações.

Pense nisso!

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