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sexta-feira, 30 de junho de 2023

O que ocorreu?

 Acabou o fôlego? 

Gerd Altmann - Pixabay

Eventos


Os eventos de dois mil e vinte, desorganizaram a economia global. O que se viu de lá para cá, foi uma série de erros cometidos pelas autoridades políticas e econômicas. A exagerada emissão de moeda e a consequente inundação das economias por liquidez, desorganizou o ritmo de consumo das famílias.

A desorganização informativa e até certo ponto, má fé de autoridades ligadas as áreas de saúde, precipitaram na sociedade um temor de fim de mundo.

Este estado de ânimo levou grande parte da população ao desequilíbrio e em alguns casos a histeria coletiva. Todos estes eventos mudaram a lógica social. A reorganização da sociedade e das cadeias produtivas não acontecerá sem que as sequelas deste trauma vivido, sejam identificadas e devidamente catalogadas no pacto social resultante.

De todas as mazelas resultantes do “apocalipse sanitário” O “policiamento” social e ideológico é o mais nefasto dos sintomas. As divergências políticas foram incrustradas na raiz do convívio social. A intolerância e a arrogância reinam absurdamente nos canais de comunicação da sociedade.

Recomposição

Como resultante deste “afastamento” a reorganização econômica deverá acontecer em ritmo acelerado nas próximas décadas. A insanidade ocorrida entre os anos 1980 e 2020 de concentrar toda a produção mundial em uma região ou país apenas, exigiu um alto preço para todo o globo. O impedimento da circulação de mercadorias entre as nações gerou um trauma social que levará anos para ser sanado. O cidadão viveu o temor da escassez na sua pior condição, a de ter os recursos e não poder usufruir impedido pelo medo de pôr em risco a própria vida.  

Este “desastre” na condução da crise produziu custos que serão caros a sociedade.

Reorganizar o modelo econômico onde os participantes se veem como oponentes, demanda muita habilidade na arte da negociação.

O que ocorre hoje no conflito da Ucrânia é muito mais profundo do que uma simples disputa por território. Ali está sendo travada uma batalha pelo domínio de recursos e de meios de escoamento produtivos de novas fronteiras econômicas.

Domínio

O desenvolvimento da região compreendida pelo oriente médio e o extremo oriente é o objetivo futuro das forças que se digladiam no campo de batalha.

A retomada econômica passa pelo controle dos territórios citados e dos meios de produção envolvidos nesta contenda.

A tão esperada recuperação chinesa pós restrições sanitárias não ocorrerá, não por incompetência administrativa. O que ocorre por lá e que o fôlego que impulsionou o desenvolvimento fantástico ocorrido desde a década de 1970 perdeu seu ritmo e não terá forças para continuar na mesma velocidade. O potencial de crescimento visto no período passado atingiu seu ápice. Doravante, o consumidor mediano tende a buscar novos interesses que não impactarão fortemente o desenvolvimento do país, a curva de crescimento tende a afrouxar sua intensidade.

Somada a esta perspectiva, o velho continente europeu também atingiu seu limite de crescimento constante. O cidadão da região já não busca condições que causem impacto crescente na economia.

Já no American Dream, a realidade também abate sobre o ritmo de consumo do cidadão comum. A leva de imigrantes que seguem para lá com o objetivo de viver seu sonho dourado já não encontra condições de realizar a fama e a fortuna, no máximo, atinge a condição de consumir e viver de maneira mediana, se voltando para o usufruto de seu esforço no trabalho, não impulsionando a ampliação de grandes obras de infraestrutura, pelo contrário, ele passa a disputar arduamente o que já está estabelecido.

Choque

Esta realidade, choca com a verdade. O desenvolvimento experimentado nas últimas décadas foi decorrente de uma política economia irresponsável que premiou o consumo e levou a exaustão dos recursos disponíveis.

A guinada em direção ao desenvolvimento sustentado não foi à raiz da questão.

A poluição é decorrente do excessivo consumo e da obsolescência programada, estas duas condutas tem o objetivo de produzir ganhos infindáveis as empresas e conglomerados econômicos. O uso e descarte tornou-se obrigatório a quase todo produto vendido. Este comportamento causou um dano ambiental sem precedentes da história humana, hoje vivemos sobre montanhas de lixo espalhado por todos os cantos.

O fim da necessidade de reparo e conservação de equipamentos e objetos, empurrou uma grande quantidade de trabalhadores para os novos setores, agora com a entrada de máquina que pensa por si, essa camada da população ficara a deriva no mar social.

Com todo o avanço tecnológico que temos, a cada dia que passa, encontramos legiões de “semi-humanos” vagando entre latas de lixo em busca de algo que os possa resgatar a dignidade.  

Mudança

A mudança da matriz energética ao ritmo proposto, foi outra grande tolice imposta a sociedade. A situação vivida após o início do conflito na Ucrânia deixou claro que o mundo ainda não tinha condições de abandonar a matriz vigente. Os combustíveis fósseis foram e são a base da economia em grande parte do planeta. Sem a presença desta fonte de energia, não se produz alimentos e o risco de morte por congelamento é real.

Encontrar uma saída para este beco que vivemos no momento, será fundamental para a continuidade da espécie humana. A concentração de riqueza foi brutal durante o período mais crítico que vivemos desde dois mil e vinte. O que fica claro, é que não faltam recursos, o que está acontecendo é que alguns poucos querem para si, todos os recursos disponíveis, em uma atitude egocêntrica e tola, pois se, não houver quem lave o vaso sanitário, não haverá como usá-lo. Simples assim. 

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