O mundo das narrativas.
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| Gordon Johnson - Pixabay |
O título veio antes da ideia.
Este é para mim um desafio.
Desenrolar um artigo a partir de um conjunto de palavras.
Geralmente me vem à mente o desenrolar da ideia e posteriormente
encontro o rótulo ao qual ela será vinculada. Desta vez o parto foi a fórceps.
Nasceu o nome e fui construir o filho.
Esta “narrativa” ou história, veio exatamente da palavra
narrativa. Ela, martelou minha mente em busca de uma dissertação que a
colocasse no atual cenário geopolítico. Segundo uma busca no “oraculo” Google,
a definição do termo é relativa a uma exposição de fatos, uma narração, um
conto ou uma história.
Voltando ao centro do título, a busca da verdade.
Os fatos ocorridos no ultimo fim de semana sobre o movimento
de tropas rumo a Moscou, abalou os pilares da verdade. Muita informação
desencontrada e muitas “narrativas” foram expostas nos meios de comunicação.
O movimento do Grupo Wagner rumo a capital russa seria uma
demonstração de fragmentação da Federação e do poder Russo nas mãos de Putin?
Estaria a Ucrânia conquistando um aliado interno com o
objetivo de derrubar o mandatário do Kremlin?
Estaria acontecendo uma revolta dos cidadãos e dos militares
contra as ordens do comandante supremo da nação?
Poderia ficar aqui o dia todo elaborando questões para
ilustrar todas as duvidas que pairam sobre estes acontecimentos.
Passado o impacto inicial que uma noticia como esta causa na
percepção de quem acompanha mais de perto o desenrolar deste conflito, novos
fragmentos surgem neste emaranhado de falácias que hoje pululam as mídias e
redes sociais.
Um “erro” contábil causou o sumiço de US$ 6,2 bilhões das
contas do centro de guerra e espionagem americano. O Pentágono não “viu” para
onde foi essa “pequena” fortuna.
A pressão por uma declaração de impedimento do atual governo
americano, foi sacada das gavetas do Congresso.
O envolvimento do filho e do atual presidente em negociatas
e corrupção volta as mídias.
Após o fim do “motim” ocorrido na Rússia, seu líder foi em
direção ao país vizinho e aliado nesta empreitada de domínio do território ucraniano.
Seus soldados seguiram em direção ao quartel general de onde partiram. Nenhuma
cabeça deve ser exposta em praça publica por esta “traição”.
Algo de estranho está pro traz destas “coincidências”, aliás,
toda esta contenda parece não ser real diante dos objetivos e argumentos
apresentados.
Nos espetáculos circenses os atos são intermediados por
palhaços cujo o objetivo é desviar a atenção do público para o que de fato
ocorre no picadeiro, as pantominas e anedotas contadas são realizadas enquanto
os contra regras fazem a movimentação dos equipamentos e do cenário ao fundo. O
mágico ilude e atrai o público enquanto a partner realiza o truque.
Nesse picadeiro onde o ato geopolítico é realizado, qual movimento
é o espetáculo e qual é a contra regra. Onde está o mágico e onde está a
partner. Quem é o palhaço além do público?
E aqui eu chego ao titulo deste artigo, “Onde dorme a
verdade?”
O que de fato está acontecendo nesse mundo que hoje parece
louco?
A busca pela soberania diante de outros povos tem levado nações
ao colapso. Nunca o autoritarismo e a tirania estiveram tão próximos do
cidadão. Onde quer que seja que a verdade teime em se mostrar, a censura se
posta vigilante.
Como compreender o que de fato estamos vivendo?
Como garimpeiros em busca do precioso, seguimos coletando fagulhas
da verdade, num batear de cascalhos de mentiras espalhadas sem pudor pelas mídias
e redes sociais.
Como no livro de George Orwell – 1984, iludir e desorientar são
as diretrizes que reinam nas cabeças que hoje lideram o mundo e a sociedade.
A verdade dorme ou morreu?

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