Caminhos diplomáticos.
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| Sasin Tipchai - Pixabay |
As questões envolvendo as relações comerciais entre países
sempre foram a parte mais espinhosa do mundo diplomático. A conquista de
territórios para empresas e produtos nacionais leva os governantes a tomarem
medidas diplomáticas que muitas vezes desandam as relações bilaterais. Diante
da mudança da correlação de forças entre as potencias globais e as nações do bloco
Brics, o confronto direto entre estas forças é iminente. A ascensão da China
como líder do bloco e potência econômica global, tem acirrado os ânimos
diplomáticos. O passo dado por Vladimir Putin ao invadir a Ucrânia, é parte
integrante desta batalha por divisão da influência global. A imposição de uma moeda
única realizada em meados do século passado, permitiu aos EUA e seus parceiros
proeminentes o domínio dos mercados e do direcionamento da economia mundial.
Atualmente está hegemonia vem sendo contestada pelos países membros do Brics.
Esta contestação pode abalar a economia do eixo Norte Atlântico. Inglaterra, Alemanha,
França e Holanda foram os arquitetos da criação do “xerife yankee”, e sob sua
proteção espalharam seus tentáculos econômicos por todos os continentes.
A sobrevivência das novas potencias econômicas está
diretamente ligada a condição de conquistar um lugar a mesa de decisões. O “velho ocidente” já não dá mais as cartas. As
sociedades ditas “desenvolvidas” estão em declínio, seu potencial de consumo e
expansão já não sustenta o crescimento continuo de suas economias. A glória e a
pujança ficaram no passado. Isso é um movimento natural, se estamos de barriga
cheia já não temos animo para buscar comida.
Assim vem se desenhando ou últimos movimentos diplomáticos
pós conflito da Ucrânia. O medo de retaliações e sansões impõe cautela na condução
das alianças e tratados. O modelo de desenvolvimento “globalista” espirou, nova
plataforma deve ser desenhada para que a humanidade siga a sua existência
diante dos novos desafios que se avizinham. A pluralidade política e econômica,
a diversificação da produção e a Introdução das tecnologias inteligentes serão
as diretrizes que impulsionarão as transformações vindouras. Levas de
trabalhadores perderão suas ocupações atuais, esta mão de obra precisa
urgentemente ser retreinada e realocada em novas fronteiras, livrando o mundo da
miséria e da fome.
Os desafios são enormes, a realocação de centros produtivos
que atendam aos interesses locais, pode não coincidir com a abundância de mão
de obra, a migração de carentes de recursos para estas bolhas de
desenvolvimento será outra das dores de cabeça a serem enfrentadas nesta nova
realidade. Pessoas tendem a rejeitar novos moradores em suas localidades. São
novos costumes, novas tradições e novos interesses a dividirem o velho ambiente
conhecido. Uma atitude natural nossa, a rejeição do novo.
O que parece ser um problema dos políticos e governantes,
dentro desta perspectiva, se torna uma questão do indivíduo, o meu vizinho é
estranho e não me cumprimenta. As nossas relações coloquiais são o reflexo das
conexões entre nações e povos. No último movimento global, aprendemos a
consumir produtos vindos do além mar, agora viveremos a interrelação com os que
moram além mar, eles hoje são os nossos “vizinhos”, tem gostos, tradições e pensamentos
que nos são estranhos, mas são nossos “vizinhos”. O advento da internet e das
redes sociais produziu esse fenômeno. Estamos nos tornando “terráqueos”. Um só
povo, um só desejo, uma só luta. Viver o novo milênio.
Assim caminha a humanidade. Me rendo ao autor desta frase.

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